
Qual é a origem da divisa Liberdade | Igualdade | Fraternidade?
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A Maçonaria teve historicamente por lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade… Esta mentira deve ser refutada de uma vez por todas. Não! A maçonaria francesa, bem entendido, não impôs este lema; ela pediu-o emprestado à República. Vamos explicar os detalhes.
Tradicionalmente, a Maçonaria não tem lema, mas máximas e aclamações. No século XVIII, os documentos maçónicos oficiais, as pranchas traçadas dos últimos trabalhos são, geralmente, precedidas pela fórmula simples “Saúde, Força, União”.
A ideia de combinar Liberdade, Igualdade e Fraternidade tem origem, aparentemente num dos principais actores da revolução, a saber, Maximilien de Robespierre (1758-1794), que propôs em 27 de Abril de 1791 à Assembleia Constituinte inscrever três palavras na bandeira e botões das Guardas nacionais; com o único propósito de prestar homenagem ao seu civismo e à sua coragem.
A proposta de Robespierre não foi aprovada, bem como foi em vão a iniciativa tomada por Jean-Nicolas Pache, prefeito de Paris, em 21 de Junho de 1793, para colocar cartazes na cidade com a inscrição “Unidade e indivisibilidade da República, Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a Morte”.
Também sem sucesso foi a inclusão das três palavras anteriormente citadas pelo redactor da acta dos trabalhos do retomar das actividades da Grande Loja de França, em 24 de Junho de 1795, depois de um adormecimento forçado de vários anos.
Voltemos a Julho de 1791 para extrair de uma circular da Loja Mãe do Rito Escocês Filosófico, São João do Contrato Social, esta afirmação:
“Muitos séculos antes que Rousseau, Mably ou Raynal tivessem escrito sobre os direitos humanos e tivessem lançado na Europa a massa de Iluminismo que caracteriza o seu trabalho, nós praticávamos nas nossas Lojas todos os princípios de uma verdadeira sociabilidade. A igualdade, a liberdade, a fraternidade eram para nós os deveres mais fáceis de cumprir, pois tiramos de nós mesmos os erros e preconceitos que, por tanto tempo, foram a infelicidade das nações”.
De qualquer forma, será preciso esperar até 25 de Fevereiro de 1848 para que Louis Blanc (1811-1882), então membro de um governo republicano provisório – e futuro maçon – fizesse inscrever a tríade Liberdade, Igualdade, Fraternidade como divisa nacional na Constituição da Segunda República.
E não será até 10 de Agosto do ano seguinte, ou seja, 1849, que será adoptado como divisa maçónico pelo Grande Oriente, antes que todas as potências francesas viessem a reclamá-lo por sua vez. Portanto, a César o que é de César; Reddite quae sunt Caesaris, Caesari.
Admitindo no entanto que, se oficialmente os maçons não podem reivindicar o facto de que foram eles os primeiros a fazer uso de uma divisa globalmente reconhecida, podem apesar de tudo alegar ter inspirado a nação para este. Convém lembrar especialmente que um secretário de Loja, em 7 de Agosto de 1793 em Lille, rubricou um diploma “em nome e sob os auspícios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade“; diploma em que ele tinha acabado de riscar a inscrição maçónica impressa “em nome e sob os auspícios do Sereníssimo Grão-Mestre“. Isto, uns 56 anos antes do advento da Segunda República.
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