As raízes da Maçonaria Operativa

 

A História da Maçonaria Operativa: Em Busca das Origens

A Maçonaria é uma sociedade secreta envolta em mistério e tradição. Suas raízes se estendem profundamente na história, e uma de suas formas mais antigas é a Maçonaria Operativa. Neste artigo, vamos explorar as origens obscuras e enigmáticas da Maçonaria Operativa e como ela evoluiu ao longo dos séculos.

Em História, as épocas podem ser balizadas pela Maçonaria no Tempo. As datas dos eventos, no entanto, nem sempre são possíveis de ser precisadas. As raízes da Maçonaria Operativa são passíveis de serem identificadas; no entanto, fixar as respectivas datas dos seus aparecimentos é tarefa gigantesca, senão impossível.

Documentos escritos da Maçonaria Operativa são praticamente inexistentes, exceto algumas parcas anotações, perdidas na contabilidade da construção de alguma catedral medieval. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que o homem medieval era analfabeto, e os letrados eram os eclesiásticos. A Igreja Católica Romana estava frequentemente em conflito com os Arquitetos Construtores medievais.

Então, em que época, ou melhor, em que século, ou ainda, em que séculos teria a Maçonaria Operativa ganho corpo e surgido? Quais seriam os princípios que, em dado momento da História, convergiram para sua formação?

Autores há que estabelecem o nascimento da Maçonaria desde o aparecimento de Adão e Eva. Outros afirmam que seria desde Noé. Há aqueles que dizem que as raízes da Maçonaria se perdem "nas mangas do tempo". Muitos afirmam que a Maçonaria nasceu por ocasião da construção das pirâmides egípcias. Outros afirmam que nasceu com a vinda dos Templários do Oriente.

E há estudiosos que, valendo-se de palpáveis elementos históricos, afirmam que a Maçonaria Operativa teria surgido em algum momento da Idade Média.

Essa dificuldade de precisar datas nos leva a uma conclusão importante: o importante, no estudo da Maçonaria Operativa, não é saber exatamente quando, mas como, num somatório de acontecimentos, a Ordem Maçónica se foi formando, e formada, evoluiu, sem abdicar da tradição e adaptou-se às novas fases, rompendo os Tempos como a mais perfeita Instituição de Aprimoramento do Ser Humano.

A história da Maçonaria Operativa está repleta de intrigas, segredos e rituais complexos. Vamos explorar algumas das raízes mais antigas dessa Ordem misteriosa e como ela se desenvolveu ao longo dos séculos.

 

Os Collegia Fabrorum Romanos - A Mais Antiga Raiz

A história da Maçonaria Operativa remonta aos Collegia Fabrorum romanos, que datam de 715 a.C. Essas eram verdadeiras escolas de ensino das técnicas de construção e apetrechos de guerra. Maço e espada eram as ferramentas de trabalho dos alunos nessas escolas.

Edificações em madeira e em pedras, canalização de água, drenagem de estradas, construções de pontes, casamatas, armadilhas, fabrico de lanças, espadas e todo aparato de guerra faziam parte do ensino nos Collegia Fabrorum, ao lado do ensino esotérico dos Antigos Mistérios gregos e egípcios.

 

A Bíblia e a Colher de Pedreiro

O fim da Idade Antiga e o início da Idade Média foram marcados por eventos cruciais, incluindo a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. Nesse período, a cultura germânica e o catolicismo se tornaram as bases da cultura medieval.

O Feudalismo substituiu o regime escravagista romano, e a sociedade tornou-se predominantemente agrária. A Igreja Católica Romana ganhou poder e influência.

A Igreja Católica passou a oferecer refúgio e privilégios aos Construtores e Artistas, remanescentes das antigas Collegia Fabrorum, com o objetivo de se apossar de seus conhecimentos. Os Construtores medievais eram geralmente católicos.

A Bíblia se tornou uma fonte importante de inspiração para os Construtores, e muitos símbolos e metáforas bíblicos foram incorporados em seus trabalhos. A colher de pedreiro, por exemplo, tornou-se um símbolo importante na Maçonaria Operativa, referindo-se ao trabalho árduo e à construção espiritual.

 

A Guilda dos Maçons e a Catedral de Chartres

No século XII, a construção das majestosas catedrais góticas da Europa Ocidental marcou um período significativo na história da Maçonaria Operativa. Os Construtores dessas catedrais eram organizados em guildas ou fraternidades de ofício.

A Guilda dos Maçons era uma dessas fraternidades. Ela era responsável por projetar e construir algumas das mais belas catedrais góticas da época, incluindo a Catedral de Chartres, na França.

Esses Construtores começaram a adotar rituais, símbolos e segredos que hoje são característicos da Maçonaria. A Catedral de Chartres, por exemplo, contém muitos elementos simbólicos associados à Maçonaria, como a colher de pedreiro, o esquadro e o compasso.

 

O Declínio da Maçonaria Operativa e o Surgimento da Maçonaria Especulativa

Com o passar do tempo, a demanda por construções de catedrais diminuiu, e a Maçonaria Operativa entrou em declínio. No entanto, o espírito de fraternidade e os valores morais e éticos que os Construtores compartilhavam continuaram a prosperar.

No século XVII e XVIII, a Maçonaria começou a se transformar na Maçonaria Especulativa, que é a forma moderna da Maçonaria que conhecemos hoje. Nesse período, a Maçonaria abriu suas portas para membros que não eram operários da construção civil, tornando-se uma sociedade filosófica que se concentra no aprimoramento pessoal, moral e espiritual.

 

Conclusão

A Maçonaria Operativa, com suas raízes antigas e misteriosas, desempenhou um papel fundamental na evolução da Maçonaria moderna. Suas origens podem ser rastreadas até os Collegia Fabrorum romanos, e sua influência pode ser vista nas catedrais góticas da Idade Média.

Embora a Maçonaria Operativa tenha entrado em declínio, sua herança foi preservada na forma da Maçonaria Especulativa, que continua a atrair pessoas de todo o mundo que buscam aprimorar-se pessoalmente e contribuir para o bem da humanidade.

A história da Maçonaria Operativa é um testemunho do poder duradouro da fraternidade, da busca pelo conhecimento e da busca pela verdade. Ela nos lembra que, por trás dos rituais e dos segredos, há um desejo fundamental de tornar o mundo um lugar melhor.

 

 

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